terça-feira, 24 de junho de 2008

O Diabo veste Prada



Terminei ontem de ler "O Diabo veste Prada", de Lauren Weisberger (livro oferecido no meu último aniversário pelos meus queridos amigos)..
Um livro que alerta para as ilusões do mundo da moda, onde nem tudo é aquilo que julgamos. Onde não é só glamour, beleza, diversão. Há muitos precipícios, muito sacrifício, muita solidão por vezes.
O livro alerta simultaneamente para outro problema que, quer no mundo da moda, quer noutra área qualquer, nos assola frequentemente nos dias que correm: o viver exclusivamente em função do trabalho. A sociedade actual exige cada vez mais de nós a nível de emprego; são as promoções de carreira, a competitividade por um posto de trabalho, as altas taxas de desemprego, os baixos salários comparativamente com o custo de vida e outras tantas razões. Com isso, muitas vezes vamos deixando para trás outros valores fundamentais: a família, o amor, o bem-estar próprio, a saúde, o descanso... Ainda que mesmo inconscientemente. Achamos que está tudo bem, tudo perfeitamente normal. Foi o que aconteceu a Andrea, a protagonista deste livro. Só quando a sua melhor amiga sofreu um acidente e entrou em coma é que ela reparou nas atitudes que vinha tendo desde que se dedicara a trabalhar numa revista de moda e a viver exclusivamente em função disso. Há quanto tempo não visitava os seus pais nem via o seu sobrinho bebé? Há quanto tempo não era capaz de parar uma hora que fosse para ajudar a sua amiga que sofria um problema de alcoolemia? Há quanto tempo não dormia uma noite inteira ou não tratava do seu próprio bem-estar? E seria esse emprego (ou melhor, essa escravidão) superior ao poder do amor?É que a sua relação com o namorado terminou por falta de tempo, de interesse, de atenção, de dedicação...E ele, além do seu namorado, era o seu melhor amigo.
Se tiverem oportunidade, leiam. E mesmo que não o leiam, pensem nestas questões. Vale a pena reflectir, porque os dias passam, as pessoas vêm e vão, o ontem não volta mais. E quando amanhã pensarmos que deveria ter sido tudo diferente, já será tarde.
Lembrem-se sempre que é muito importante a opinião de um amigo, dos nossos familiares, do (a) nosso(a) companheiro(a). Devemos ter sempre tempo para eles. Para eles e para nós.