sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Queria ser uma TV...

O que vou escrever hoje (ou melhor, transcrever) é a história de uma criança que tem um desejo. Pode considerar-se que é mais uma das fantasias inocentes dos pequeninos, mas no fundo não é.
É antes um apelo, uma chamada de atenção para os valores familiares dos dias de hoje.
Quantas pessoas não desejarão o mesmo que esta criança?


"Uma professora do ensino básico pediu aos alunos que fizessem uma redacção sobre o que desejavam para eles.
Ao fim da tarde, quando corrigia as redacções, leu uma que a deixou muito emocionada. O marido perguntou:
- O que é que aconteceu?
Ela respondeu:
- Lê isto. A redacção de um aluno.
Eu desejava transformar-me num televisor. Quero ocupar o lugar dele. Viver como vive a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim e reunir a minha família à minha volta. Ser levado a sério quando falo. Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter a companhia do meu pai quando ele chega a casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me ignorar. E ainda, que os meus irmãos lutem e batam para estar comigo. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. Que eu possa diverti-los a todos...Só quero viver o que vive qualquer televisor.
Naquele momento, o marido de Ana Maria disse: - Coitado desse miúdo! Que pais!
Ela olhou-o e respondeu: - Essa redacção é do nosso filho."


Não pensemos só nos que os outros fazem de errado. Também nós, muitas vezes, não dámos atenção àquilo que realmente é importante na nossa vida.

11 comentários:

P.B. disse...

As coisas que os mais pequenos nos conseguem ensinar...

Realmente são coisas que se fazem volutaria ou involutariamente e que só uma criança para notar, só mesmo uma criança para o enunciar!

Beijinhos

laura disse...

Infelizmente, é mesmo assim. As televisões, os computadores, os trabalhos, as contas e os euros ocupam os lugares mais importantes... e as relações, os afectos ficam para segundo plano...

Bom fim-de-semana

Marlene Maravilha disse...

É uma lástima, mas hoje, muitos pais nao se preocupam em amar seus filhos e compartilhar de bons momentos com eles, educando-os com sabedoria e paciencia.
Eu ja conhecia esta cronica, mas vale a pena reler e aprender mais da vida.
Abracos

Anónimo disse...

Lá diz o povo que "vemos o cisco no olho do vizinho, mas não conseguimos ver o argueiro no nsso..."

Anónimo disse...

S´mais uma coisinha: vão fazer link deste post, ok? Obrigado.

Victor Cardoso disse...

É a preocupante realidade que nos afecta.
Mas hoje vivemos também com a contaminação inversa, e a magnetização das crianças pelo ecrã.
É necessário passar, pelo menos, uma passar nem que sejam 30 minutos, de qualidade com os nossos filhos. Só para rebolar com eles, rir, brincar e ler.
Conheci o blog através do link do Rochedo, e se não se importar irei aparecer mais vezes.
Fica o convite para vizitar o meu "estaminé".

Anónimo disse...

Seguindo o Conselho do Carlos, já sabia que me esperava algo de especial. Este texto, infelizmente, poderia ter sido escrito pelos nossos filhos, comecei bem o dia.Obrigado pela reflexão.

um abraço de Porto de Mós

Sónia Costa disse...

P.B. - As crianças ensinam-nos muito; não nos ensinam a trabalhar nem a gerir o dinheiro, mas ensinam-nos o amor, o valor do tempo, diria que nos ensinam muitas vezes a esquecer dos problemas e a ser criança outra vez.

Laura - Infelizmente é isso...

Marlene - Obrigado. Visitei os seus blogs e gostei muito.

Carlos - À vontade.

Victor - já lá vou fazer uma visita! Esse rebolar, rir e brincar com os pequenos às vezes faz maravilhas ao nosso interior.


Pedro - Ainda bem que gostou. De vez em quando sabe bem ler assim umas coisitas, para darmos valor aos nossos dias e aos que nos rodeiam.

Si disse...

Por acaso já conhecia este texto, que me foi enviado por uma professora, daquelas que, apesar de tudo, ainda não baixaram os braços.
É comovente e verdadeiro, quando sabemos que se cometem esses erros e se acha que se está sempre a tempo de mudar.
E é por isso que um dia, provavelmente, estes filhos farão a mesma coisa aos pais.

Anónimo disse...

Uma excelente mensagem para passar no horário nobre nas televisões.
Quem sabe as famílias repensavam e se preocupavam um pouco mais com as suas informações em vez das dos outros.....

Sónia Costa disse...

Fátima, mas que grande ideia a sua!
Devia passar mesmo em horário nobre.