Roda sobre a minha mão.
Vais rodando sem parar;
Quantas voltas tu vais dar?
E a roda não pára mais.
E de tantas voltas iguais
Estou cansada
Estou danada.
E que te importas, pião?
Parar já? Não!
E sempre a rodopiar
Só me resta esperar.
Já não posso mais
De tantas voltas iguais.
Se não quiseres parar, pião,
Vou atirar-te ao chão.
E giras mais lentamente
Começo a ficar mais contente!
Gosto de te ver à roda,
Mas assim tanto incomoda.
Pronto, o rodopio chega ao fim.
Ainda bem que foi assim.
Já não estava a aguentar
Tanto tempo sempre a girar.
Agora parado na minha mão
O que vou fazer-te, ó pião?
Fechar-te numa caixa de madeira
E dar as voltas à minha maneira!
Sónia Costa
(Agora entendam o pião como um dia-a-dia frenético)
1 comentário:
Gostei da metáfora dia-a-dia/pião.
Faz sentido!
Beijinho
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