sexta-feira, 31 de julho de 2009

Às pintas...


É mais ou menos isto. Estou pintalgada por dezenas de pintas vermelhas, provocadas por um qualquer insecto maldoso. Todos os anos a mesma coisa. Porque é que se estiverem cem pessoas num local, o raio dos bichos me hão-de picar a mim? Que sorte que tenho, sempre a eleita.
Pomadinha, mais pomadinha e não vejo melhorias...
E agora, a minha rica praia planeada para o fim de semana? Assim às pintas, de biquini?
Sério, eu e os insectos não nos damos nada bem....
:-(

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O poder da mente

"O medo não é real, Dil Bahadur, existe apenas na tua mente, como tudo o resto. Os nossos pensamentos criam o que julgamos ser a realidade - disse.
- Neste momento a minha mente está a criar um buraco bastante profundo, mestre - murmurou o príncipe.
- E a minha mente está a criar uma ponte bastante segura - replicou o lama."

(Em o Reino do Dragão de Ouro, de Isabel Allende)

terça-feira, 28 de julho de 2009

A minha tela

Aqui está a minha obra mais recente. Talvez a minha predilecta. Custou, mas valeu a pena.

Retrato Ardente

Entre os teus lábios
é que a loucura acode
desce à garganta,
invade a água.
No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.
Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Uma pausa


Na necessidade de um repouso e de calmaria, surge um céu azul, uma ria para navegar, o sol no corpo e o sal branco na terra que fazem deste cenário o melhor dos espectáculos. O ar é diferente. As cores e formas também.
E só assim, longe da rotina, pude apreciar o prazer de um tempo de descanso. Pude sentir mais intensamente as cores, os aromas, a beleza do que nos rodeia.
Ao escrever, quase que volto a sentir tudo isso. Quase me sinto nesse lugar outra vez.
De vez em quando, é preciso parar. É preciso pegar na mala e respirar novos ares.
Voltamos como novos!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pião

Roda roda pião.
Roda sobre a minha mão.
Vais rodando sem parar;
Quantas voltas tu vais dar?
E a roda não pára mais.
E de tantas voltas iguais
Estou cansada
Estou danada.
E que te importas, pião?
Parar já? Não!
E sempre a rodopiar
Só me resta esperar.
Já não posso mais
De tantas voltas iguais.
Se não quiseres parar, pião,
Vou atirar-te ao chão.
E giras mais lentamente
Começo a ficar mais contente!
Gosto de te ver à roda,
Mas assim tanto incomoda.
Pronto, o rodopio chega ao fim.
Ainda bem que foi assim.
Já não estava a aguentar
Tanto tempo sempre a girar.
Agora parado na minha mão
O que vou fazer-te, ó pião?
Fechar-te numa caixa de madeira
E dar as voltas à minha maneira!
Sónia Costa

(Agora entendam o pião como um dia-a-dia frenético)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Só quando apareces


"Só tenho sol, quando apareces"
O queimar na pele macia,
depois uma brisa leve
que arrepia...
O brilho intenso
que cega mas
pede a tua face, os teus olhos...
A luz que trazes
aos meus dias...
O sol que irradias...
Quando apareces.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

De volta a casa


Simplesmente porque é tão bom ter-te de volta.
Simplesmente porque é maravilhoso ter-te perto.
Estávamos todos à tua espera.
Beijinho, papá!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pensamento


A vida não é a festa que todos desejamos, mas enquanto estivermos cá, devemos dançar!


terça-feira, 7 de julho de 2009

Porque demoram as mulheres no WC

Por que é que as mulheres demoram tanto tempo quando vão à casa de banho?

O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita. Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!"
E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo. "A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.
Quando tens de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de“tou aqui tou-me a mijar!”.
Finalmente é a tua vez!
E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais” (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente,que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados. Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair. Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa…Penduras a mala no gancho que há na porta… QUAAAAAL? Nunca há gancho!!Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos e não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá paradentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de…
Mas, voltando à porta… como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te“na posição”… AAAAHHHHHH… finalmente, que alívio… mas é aí que as tuas coxas começam a tremer… porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!
Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça: “nunca te sentes numa sanita pública”. E então ficas na “posição de aguiazinha”, com as pernas a tremer… e por uma falha no cálculo de distâncias, um finíssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias! Com sorte não molhas os sapatos… é que adoptar “a posição” requer uma grande concentração e perícia.
Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico, mas não há!!! O suporte está vazio! Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel… mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta… ?
Duvidas um momento, mas não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas: "OCUPAAAAAADOOOOOOOOO"!
E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltara porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).
Encontras o lenço de papel! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão. Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu “alguém tem um pedacinho de papel a mais?” Parva! Idiota! Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria envergonhadíssima se te visse assim… porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida (lembram-se??)…. Estás exausta!
Quando páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante! Depois lá vais para o lavatório. Está tudo cheio de água (ou xixi? lembras-tedo lenço de papel), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jactozito de água fresca e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água. Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças – porque não vais gastar um lenço de papel para isso. E sais…
Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa debanho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava. “Mas por que é que demoraste tanto?” - pergunta-te o idiota. “Havia uma fila enorme” - limitas-te a dizer.

E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta. Assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter “a posição” e a dignidade.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Felicidades, amiga!

Faltam dois dias amiga, dois dias para concretizares o teu grande sonho.
Quase te vejo, nervosa, ansiosa, a pensar se tudo estará bem, se falta alguma coisa, blá blá blá...
Claro que tudo vai ser lindo!
Do fundo do coração, desejo-te as maiores felicidades e espero que gozes o vosso dia tão intensamente como eu gozei. Vive cada minuto, aprecia cada pormenor, guarda todas as imagens desse dia.
Há tantos anos que nos conhecemos...Quase desde sempre...
Estou muito feliz por ti.
Muitas felicidades, Carla!

A vida é feita de momentos bons e de momentos ruins. Aproveitem intensamente os bons e estejam unidos para superar os ruins. Assim se constrói um casamento duradouro e feliz.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Uma massagem

Pus-me a fazer uma massagem nas costinhas frágeis da minha priminha de 3 anos, que a deixou super calma e quieta, o que não é normal. Pergunta-me ela:
"Sónia, para que é massagens?"
Boa pergunta...
Como ia eu explicar a uma criança de 3 anos que uma massagem é um tesouro quando se anda com stress, nervosa, cansada das lidas do dia-a-dia? Que é uma maravilha que nos faz sentir rejuvenescidos? Ela (felizmente!) não entende o que é stress, nem pressões diárias, nem tarefas domésticas. Tão diferente a interpretação da palavra massagem para mim e para a pequena...
Perguntei-lhe?
"Gostas de massagens?"
E ela:
"Sim" (com enorme sorriso).
"Pronto, massagens é para ficarmos assim bem como tu estás".
Eu sei, eu sei, não foi a melhor explicação. Mas achei melhor não baralhar a cabecinha cheia de sonhos dela.
E ela lá continuou a disfrutar da sua massagem.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O poema que te prometi


Prometi-te um poema.
Prometi-te uns versos para a saudade calar.
Mas a ânsia de te ter é imensa
E a inspiração teimava em não chegar.


Espero, espero e as horas, devagar,
Contam os minutos até à tua chegada.
Este compasso de espera é típico
De uma mulher apaixonada.


Cada minuto que vai passando
É mais um beijo que guardo para ti.
Os anos passam, o amor cresce
Desde o primeiro dia em que te vi.

Quero ver-te, meu amor.
Quero-te olhar e abraçar,
Quero-te sussurrar ao ouvido
Que eu só vivo para te amar.

Quero os teus mimos,
Quero um clima de paixão,
Quero ouvir a tua voz
E tocar-te no coração.

Bastam dois dias de distância
Para eu ficar sem norte.
És o meu rumo, o meu conforto,
O meu sorriso, a minha sorte.


Não me vou alongar mais.
Aqui está o teu poema prometido.
Mas quero que saibas que estas palavras
Não são nem metade do meu sentido.

Sónia Costa